1996 - 2006
A criação do IGCP constituiu um importante passo na adaptação harmoniosa do país ao cenário do Euro, para alcançar o elevado grau de especialização financeira exigida para um eficiente e rigoroso exercício da atividade de emissão e de gestão da dívida pública.
Para que a redenominação da dívida de escudos para euros fosse um sucesso, o IGCP apetrechou-se dos meios necessários que lhe permitiram enfrentar um mercado alargado e competitivo.
Existem dois importantes instrumentos de emissão de dívida pública:
- Obrigações do Tesouro (OT);
- Bilhetes do Tesouro (BT).
Estes são colocados em mercado primário através de operadores especializados: os Operadores Especializados de Valores do Tesouro (OEVT) e os Operadores do Mercado Primário (OMP) para as OT e os Especialistas em Bilhetes do Tesouro (EBT) para os BT.
No ano 2000, as Obrigações do Tesouro FIP tiveram o seu fim.
Os anos de 2005 e 2006 são de grande importância para a dívida pública portuguesa, com a emissão de OT a 15 e 30 anos, respetivamente, o que permitiu alongar a curva de rendimentos portuguesa, à semelhança do registado por outros soberanos europeus.
Nesta nova fase (após 1999), e tendo por objetivo a modernização e dinamização dos mercados de capitais portugueses, assim como a adaptação à globalização, foi criado o Mercado Especial de Dívida Pública (MEDIP). Aqui são negociadas as OT e os BT, através de uma plataforma eletrónica, tendo sido criada a MTS-Portugal, empresa responsável pelo sistema de negociação.
Com a mudança dos tempos, o cunho artístico das emissões desapareceu com a desmaterialização dos títulos de dívida pública. No entanto, a tradição de uma gestão especializada e independente da dívida pública, renovada no contexto do mercado do euro e da globalização mais geral dos mercados financeiros, é merecedora da confiança dos investidores que fazem as suas aplicações financeiras em títulos da República de Portugal.